quarta-feira, 29 de julho de 2009

Meu pinto; um triatleta

Não sei vocês, mas a medida que o tempo passa, mais besteiras eu penso, mais risadas eu dou assim do nada e mais eu viajo dentro de minha lucidez.
Acho que dentro da minha visão masculina propriamente dita, no qual eu imagino mulheres nuas por trás de suas roupas, (sempre invejei o Superman por isso, mas o banana nunca soube usar aquela visão para a putaria), fico imaginando fazer coisas pelado por ai...
Gostaria de deixar claro que nu é uma coisa e pelado é outra. Estar pelado é estar escrachado, a nudez é aquela coisa mais puritana.. "Não entre, estou nua" Coisa de mulherzinha...
A gente fica pelado mesmo... brinca com o pinto, compara por ai, nos vestiários e até brinca com a situação...
Numas dessas brincadeiras, eu me imagino fazendo um triatlhon pelado..
Natação: Toca nas cabeça e uma toquinha pro pinto... e vamos lá... eu e o pinto dando umas braçadas, na verdade eu dou as braçadas e o pinto vai ondulando (pinto que é pinto tem vida própria, o meu inclusive tem nome, sobrenome e RG, CPF e até conta bancária, sabem como é operações financeiras.. aplicar em fundos, poupança, na bolsa...etc..)

Bem, após nossa natação, saio correndo tirando as tocas, o pinto fica meio cambaleando, é comum uma pequena queda de pressão por mudar do horizontal para o vertical... estranhamente, como bêbados nos dirigimos para a área de transição. Meu pinto tem renite e sempre sente nessas horas... dá uns espirros e tal... inversão térmica, água salgada... alguma coisa ele tem... preciso leva-lo em um urologista.. ou um alergologista? Well....
Coloco a sapatilha, , capacete, óculos escuros, e no pinto o mini capacete e óculos escuros...
Bora pedalar... ouço aquela vozinha aguda falando... _Vamos lá Musa...
Confesso que pedalar pelado não é a coisa mais agradável do mundo. A bunda não fica muito confortável no selim. Mas o pinto por sua vez, vai clipado fazendo companhia para meus antebraços...
Posso até fazer um carinho nele... um afago pelo companheirismo e tal... se bem que... melhor não... melhor não arriscar... deixa ele lá dando uma força, pegando um brisa e tomando uns goles de gatorade...
Hora de correr... volto pra transição com cuidado redobrado na hora de descer da bike... tenho medo de prender o pinto na corrente ou até mesmo tropeçar no mesmo... (Ui!! Que dor)
Tiro a sapatilha e visto o tênis de corrida... Tiros os capacetes das cabeças.. É obrigatório correr com o dorso coberto... uma camiseta pra mim e uma camisinha pro pinto.. camisinha dry tambémb.. Pra mim Nike, pro pinto Olla..
Números de peito e de pinto e bora fazer a parte da corrida...
Água para se hidratar... antes molho o pulso, a nuca e jogo água atrás da cabeça... de ambas....
Acomodo o pinto no ombro como um cachecol e bora correr...
O ruim de correr com o pinto no ombro é que como ele não tem pernas, ele fica falando.. Ainda que com a maior das boas intenções... Mas nessa hora, a corrida é que tenho mais dificuldade, hora que o bicho tá pegando, agente quer silêncio, quer se concentrar, e ele ali... no teu ouvido.... _É isso aí.. _"tamo bem"... _Falta pouco... _O pior já passou...
_Pô!!! _Mas é um caralho mesmo!! _Cala a boca pinto... Fecha essa uretra e me deixa correr em paz...
Fora as viradas que ele dá quando passa uma bunda pelo caminho... Mas eu entendo.. bunda de corredora, de triatleta é aquela bunda dura... dá até gosto de ver...
Enfim após quilometros de pernadas... vemos a chegada... Ouve-se o tema da vitória do Ayrton Senna e finish..
Hora do descanço... medalinhas para nós dois... e a boa e velha massagem... eu com um sorriso de satisfação no rosto e ele lá... pagando de gatinho... todo sarado... mostrando o corpinho duro e definido...
E a massagem feita igualmente por uma massagista nua, de seios fartos, igualmente "proprietária" de uma pataca com vida própria...

domingo, 26 de julho de 2009

Meus lugares por Antonio Prata publicado na revista Runners

Meu amigo João, me indicou essa crônica do Antonio Prata...

Vale a leitura..

Valeu johnny!!

Correr faz com que fiquemos íntimos dos lugares. Quando paro o carro no estacionamento do parque Villa-Lobos, por exemplo, fico contente como alguém prestes a reencontrar um amigo. Não há dúvida de que ele não é o melhor parque de São Paulo. Sei que o Ibirapuera, com suas sombras perfumadas de eucalipto e os patos nadando no lago, é muito mais bonito, mas foi em torno dos gramados secos do Villa, pelo caminho torto de concreto que segue entre as árvores mirradas, que comecei a correr. No Villa-Lobos, sinto-me em casa. No Ibirapuera, sou uma visita.

Uma praia pela qual já corri muitas vezes é quase como uma namorada. Conheço detalhes de sua geografia com a palma dos meus pés. Sei que curvas são mais propícias à quais movimentos. Posso enumerar, de cabeça, suas qualidades e defeitos, os horários em que a maré está baixa e dá para percorrê-la calmamente, os momentos em que a maré sobe, a faixa de areia quase some e é preciso correr pela beirada.

A intimidade vem do conhecimento, o conhecimento vem do longo convívio ou da atenção redobrada. No caso dos corredores, acredito, a intimidade é fruto do segundo caso. O pedestre pode caminhar com a cabeça na lua. O corredor, não. O aumento na velocidade exige que estejamos alertas. É preciso desviar de buracos e cocôs de cachorro, afastar-se dos carros, dos ciclistas, driblar pedestres, hidrantes e pipoqueiros. Quando corremos, nossos radares estão sempre ligados, rastreando o entorno, mapeando. Nossa segurança depende desse minucioso estudo da geografia.

Ao contrário do pedestre - esse desatento -, apreendemos ligeiros aclives e declives. Sabemos em que ponto exato começam os paralelepípedos e devemos mudar para a calçada; em frente de quais casas as pedras portuguesas sugerem que corramos pelo meio fio; em que curva da praia a areia dura fica muito inclinada e temos que passar para a fofa, ou ficar naquela faixa estreita, onde vão parar as algas e garrafas pet, cuja densidade perfeita parece ter sido projetada para nossas passadas.

Além da atenção redobrada, acho que há um outro fator responsável pela intimidade entre corredores e lugares. É que, naquele momento delicioso em que pararmos de correr e começarmos a caminhar, quando os batimentos vão se acalmando, o suor vai escorrendo pelas costas e todos os liquidinhos estimulantes produzidos por nosso cérebro vão sendo distribuídos pelo corpo (o salário que recebemos pelo trabalho da corrida), somos tomados por uma espécie de gratidão pelo parque, rua ou praia que nos proporcionou tais sensações. Vez ou outra, quando o fim da corrida coincide com o pôr do sol ou uma brisa gostosa sopra das árvores, dá até vontade de ajoelhar ou fazer algum rito ancestral de louvor à Terra, como os rituais ao sol feitos pelos Incas ou as festas saturnais dos romanos. Seria algo como a “Dança de agradecimento dos 10K, marcha lenta” ou o “Ritual dos 6 K com tiros”. Se alguém achar estranho, eu digo que é uma no-va forma de alongamento, desenvolvida pela NASA, para astronautas vindos do espaço. Ou não digo nada. Aquilo é uma coisa nossa, minha e do parque, da praia ou da rua em que acabei de correr e ninguém tem nada que se meter em nossa intimidade.

Eu tenho meus lugares também, mas eles sempre mudam com frequência, pois acabo enjoando um pouco...

Mas me sinto em casa na Base Aérea, no Parque do Piqueri, em Caraguá, e nas ruas da Penha também...

Teve a época da USP, mas enjoou, começou a lotar, começou a ter estresse no momento de prazer...

terça-feira, 21 de julho de 2009

A Fotos do caminho




Essa foi parte da história que escrevi no Caminho

A Fé...

Ontem completei o Caminho novamente. Dessa vez saí de Tambaú, o que fez meu percurso ser 70km mais curto, porém não menos sensitivo do que o primeiro. O objetivo era me desligar da vida de Sampa, do trabalho, das obrigações e horários. E isso foi realizado. Mas percebi que se eu fizer o caminho 15 vezes, serão 15 rotas iguais mas 15 caminhadas ou pedaladas diferentes.
Foram tantos sentimentos diferentes. Da primeira vez eu estava ansioso, queria cumprir meu objetivo, sem ajuda, sem apoio, apenas seguir as setas amarelas e chegar... Dessa vez eu queria olhar, sentir, ir, olhar para trás, para os lados, conversar, conhecer...
E foi o que fiz, mas ainda assim, existiram momentos que queria terminar logo.. É um belo exercício de paciência esse "rolê".
E foi legal, conheci no final do primeiro dia um grupo de amigos que estavam fazendo o caminho de bike pela primeira vez. Fizemos praticamente todo o caminho juntos.... dormíamos e comíamos nos mesmos lugares... Mas durante a pedalada o grupo sempre ia na frente, me deixando para trás com meus pensamentos, minhas saudades, minhas visões e minhas emoções.
Na verdade esse pessoal pedala pra caramba, diferente de mim que só anda de speed... Mas ôh mulecada raçuda... subiam as pirambeiras com o dobro de bagagem que eu, pedalando, e sofrendo e indo... sempre indo... e eu quando começava a cançar as pernas... descia da bike e empurrava... sem constragimento algum... Cada pessoa tem seu ritmo, seu objetivo e faz seu próprio caminho. Aliás.. dessa vez tive essa percepção bem clara.
Cada um começa a escrever sua história nessa rota, e diferente da primeira vez em que eu olhava apenas para frente, agora eu olhava o que estava escrevendo... cada gota de suor, cada dor nas pernas, cada fala solitária... tudo era minha história... Cada música inventada, cantada.. Cada assobio ou grito nos vales só para ouvir o eco... eco... eco.... Cada pessoa do caminho, cada bom dia, boa tarde ou apenas um ôôôô!!! Cada morango ( e cada morango mesmo) cana, limão e laranja... Cada cheiro e cada fome que matava... Cada simplicidade e sorriso sincero do pessoal da roça... e a cada "Vai com Deus".... escrevi uma bela história dessa vez...
A quantidade de romeiros, pessoas que saem da suas casas com destino a Aparecida era enorme... diferente de nós peregrinos, os romeros vão pelo caminho mais curto, e nós pelo Caminho da Fé, previamente demarcado...
Chegando a Aparecida, cruzei com mais um grupo, gente simples, alguns descalços, alguns de botas surradas ou tenis simples... outros de sandálias... foi impossível conter as lágrias ao vê-los caminhando e na minha cabeça os versos de Romaria....

"É de sonho e de pó, o destino de um só
feito eu perdido em pensamentos sobre meu cavalo...(ou bikes, ou botas)"

E imaginava a cena dessa gente simples de frente pra imagem de N. Senhora Aparecida

"Como não sei rezar, só queria mostrar, meu olhar, meu olhar, meu olhar..."

E foi assim que terminei a minha peregrinação...
Olhando pra N. Senhora e agradecendo a oportunidade de escrever minha história no caminho
Foi o que teve pra semana que passou...

sábado, 11 de julho de 2009

E lá vou eu novamente

Segunda feira vou encarar pela segunda vez o Caminho da Fé.
Vou para descançar mesmo... fugir do stress do transito, trampo, treinos e dar férias para minha familia...
Pretendo fazer em uma semaninha... de boa... e agora menos ansioso que na primeira vez que fiz... estou indo novamente sem uma programação específica... mas já sei mais ou menos o que fazer...
E vou com Deus e com meus pensamentos...

Fiz essa musiquinha enquanto eu fazia o caminho.. depois eu gravo pra ver o que acontece
Meu caminho é de fé
Meu caminho é difícil
No pedal ou a pé
Eu vou sempre seguindo
Cada passo que dou
Cada seta que sigo
Mais perto eu estou
Do meu destino

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Foi assim....

Impossivel traduzir em palavras sentimentos de tanta intensidade
Foi assim.... aproximadamente 150 pessoas queridas... Foi assim... durante o show vi boa parte da galera cantando musicas minhas e os covers
Foi assim... toquei com meus amigos de 25 anos atrás
Foi assim... me diverti muito
Foi assim... a galera caiu na pista pra dançar
Foi assim... ducaralho






sexta-feira, 3 de julho de 2009

Envelheço na cidade

Quarenta anos...
Antigamente eu olhava as pessoas de 40 anos e o que eu via não tem nada a ver com o que sinto.
40 anos era um cara tiozinhho já, todo sério, que só falava em politica e trabalho. Se vestia com calças de tergal e camisa.. só usavam sampatos vulcabrás.. eram verdadeiros tiozinhos caretas...
Agora eu aqui, completando 40 anos, e me sentindo um meninão... um meninão de tesão por fazer coisas novas... meninão em disposição, e vontade de viver...
Antigamente diziam que a vida começa aos 40... não... a vida começa quando a gente nasce mesmo... e com 40 agente começa a pensar que tá passando rápido demais... e tem a opção de dar uma melhorada nisso tudo...
Não dá pra colocar uma idade biológica em sentimentos... Tem verdadeiros idosos com 18anos e uma mulecada de 50,60,70 fazendo e acontecendo...
Mas sim... passa rápido demais...
Envelheço na cidade
Mas tenho amigos e histórias pra contar de monte...
é o que tem pra hoje....